domingo, 23 de setembro de 2007

E Eu,como sou vista?


Não,não estou querendo que me vejam e me rotulem...há tanto tempo fujo disso...rótulos,limites,previsões,encarnações...hahahaha.

Mas como são vistos os seres em geral,os que querem e os que não querem evoluir...?!?
Nesta foto aí está Sajani Shakya, 10 anos, que é vista como "uma manifestação terrena da deusa indiana Kali"

E nós,meu Deus...somos manifestações de tudo aquilo que Desejas?

Como fazer você crescer,sem te machucar...




Eu posso muito bem te fazer olhar para o meu valor mostrando quantos nomes de fato me procuram,deixar em sua vista os interesses,as oportunidades,as circunstâncias que posso muito bem criar com palavras manipuladoras diante de pessoas não livres.

Eu posso anunicar-me,mostrar-me,jogar-me a falar do que faço e também do que deixo de fazer,dos sentidos,das matérias,das coisas cumpridas e percebidas,notadas,feridas...Posso te dar a visão por uma fechadura sim,onde os ângulos não permitirão acesso aos cantos arrumados,os bagunçados,os escuros e claros manifestos do meu ser... Mas não,a chave não.

A chave é o que me faz amar a uma vida ausente de si,que ainda não se encontrou por completo mas que ainda assim,jorra luz. É assim,ela pra mim.É assim,ele pra mim. São assim,tantos pra mim...

E quem garante que eu mesma encontrei... ?Faço-me rir...um riso irônico,ácido e depois desejado leve...

Eu posso ferir-lhe para chamar a minha atenção,mas não quero.Não é justo.Não é nobre aos grandes espíritos alimentarem-se de restos mortais de uma ilusão.

Eu escolho amar, ainda que "cada um saiba amar a seu modo,o modo não importa...importante é que saiba amar".Se eu sei,eu não sei...Mas eu amo,de uma maneira tímida,mas com a tentativa de uma criança que faz os seus primeiros rabiscos no papel de toda uma vida de entrega amorosa e artística...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Achei por aí...



Engraçado que escolhi este título para contar sobre uma espécie de fé que ressurgiu em mim...como se tivesse "achado por aí" essa força inexplicável que desesperadamente procurei e que fico querendo passar a falsa imagem de que simplesmente "achei por aí",como quem tropeça numa pedra num dia qualquer e como se fosse ao acaso,como por uma simples revelação,e não como o copo de água procurado para alguém tão sedenta...

No mesmo dia de me sentir dormindo...horas depois de jorrar as minhas descrenças e indignações...como que por milagre,"uma flor brotou no asfalto",me lembrando de Drummond em "A flor e a náusea"...A mim,veio primeiro a náusea,claro...e insistentemente me deturpou o espírito...

Como quem pega migalhas eu me senti a lançar a mão em busca de um apoio seguro,uma presença que pudesse me iluminar no escuro,na paisagem da imensidão...E ao fim de mais um dia qualquer,em que inimagináveis e invisíveis decisões foram lançadas,o pedaço de pão chegou satisfatoriamente para saciar a minha fome de decisão,atitude,certeza.

É um milagre...hoje,eu fui salva de mim...

(E a quem quer que tenha(m) me dado este milagre...obrigada! :-) )

E para finalizar,uma voz de alguém que encontrei por aí,creio eu,um alguém também sedenta...
"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa (como dizia Clarice Lispector). Se eu pudesse me resumir, diria que sou irremediável!"Marla de Queiroz

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

É mais um dia na terra,e eu estou dormindo...




Eu vejo reações,omissões,adaptações,que são mais equivocadas que uma tarde de sono em dia de semana quando se há tanto trabalho a fazer.Como se pode não ser sensível às injustiças...pessoais,individuais,ou coletivas?

...mas ficar sensível não é me sentir capaz de resolvê-las...e eu olho para certas situações,em que tanta gente envolvida se nega a avançar, que só posso mesmo me sentir triste e agir para que cada um ao meu redor atinja a pelnitude de sua consciência.É,MAS NÃO DEPENDE SÓ DE MIM...

Desistir? Acho que não...

Indignação me corrói um certo hábito de crer.

E costumo brigar pelo que é certo...mas em alguns casos,me sinto pequena diante de alguns gigantes...

Agora,a minha cura é escrever...mas é uma cura única,própria...não é total ainda...e tanta gente permanece doente...não é suficiente,não é suficiente.

"eu não posso tentar te animar,isso está me paralisando agora."

- Ai amiga,que mundo é esse,hein?

O mundo dos condenados.

"As distâncias não são grandes:nós é que somos pequenos...Que culpa têm os espaços siderais?" (Mário Quintana)

Por hoje...só por hoje...saber que mais de uma pessoa pensa nessa nossa pequenez já me conforta.

Os poetas são meu refúgio.Os visionários,os loucos,os sensíveis artistas que buscam construir um mundo novo.

-Como um poeta pode viver tanto????

Pode viver tanto quanto quiser...ao tamanho de suas emoções.

"(DEUS: Acorda-me o corpo, estou cansada de não caber em Ti.)"

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O que precisamos para sermos deuses? I


Sabemos das coisas que nos aprisionam,dos limites que nos são impostos,das grades que nos sufocam e,no entanto,oculta na alma a pergunta que não quer calar:Se nascemos para nos tornarmos deuses,o que é que nos impede?
Adianta encontrarmos soluções superficiais para nossas angústias e não irmos até a raiz do problema,onde se pode encontrar a cura para a causa e não apenas amenizar os efeitos ou sintomas de um problema?
Observando-se os seres humanos atentamente,nota-se sua preocupação em agarrar-se a hábitos e atitudes que possam ao máximo amaciar e alimentar seu ego mas...quem foi que disse que alimentando este demônio é que se faz nascer um Deus?
Convenções,modismos,momentos,imediatismos e o falso brilho das coisas efêmeras nos tornam cada vez mais próximos destes hábitos e aprisionados,endividados,sempre procuramos rendimentos a este ser insaciável chamado ego.
Basta acalmar o olhar perante uma vida humana que verá um pouco além do que os olhos podem cotidianamente ver para entender os grilhões que o enclausuram dentro de si mesmo...e triste é ver como o louco personagem de Khalil Gibran:todos enxergam a mesma parede escura e cinzenta e quando um ser vê além da montanha é expressamente rotulado louco....Mas então, o que é ser louco? É viver fora dos padrões e conveniências que um mundo inteiro acredita?É então...ser LIVRE?

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


Eu tenho que me fazer de forte...sim,eu tenho.

Não podem me saber triste com a falta de gratuidade das pessoas...Isso arruinaria tudo e por trás da fortaleza veriam as ruínas de um tempo distante que nem mesmo o pó,sacrificou...

Sou Eu,uma fortaleza de uma alma que um dias viu os pedaços e forçou-se a reconstruí-los...independente do medo que provocam os ventos internos diante das rachaduras daquilo que se transformou...

A Fortaleza dissipada pela neblina,mas que ainda está lá.


(É preciso colocar limites para a dor...
Por exemplo...se você sente vontade de chorar,tem que chorar...mas tem que dar um limite para aquilo...não pode passar por exemplo de mais de cinco minutos...nem que nesses 5 minutos,você se entregue de corpo e alma a chorar,chorar e chorar...)

E de cinco em cinco minutos, as fortalezas se reconstrõem.


...Que é estranho como venho aqui,quando venho aqui...parece que é sempre nos momentos em que não tenho vida...ou que pelo menos a vida que tenho não me é suficiente.

Sites chamados de "relacionamento" não parecem se encaixar em minha concepção dessa idéia.

Relacionar-se é estar com o outro,ouvir o outro,ser ouvido...

E quando se começa a refletir sobre o que existe por trás da atitude das pessoas ...em orkuts e mensagens da vida... a gente só percebe que existe tanta hipocrisia e gente querendo que seu ego seja massageado...

A real e crucial vida com sentimentos puros,verdadeiros,fica pisoteada por detrás de gestos superficiais,que hoje...eu abomino.

Mas por hoje chega, que sou eu...apenas eu a escrever e a ler estas palavras que não me salvarão da fatal solidão de essências.