sábado, 6 de outubro de 2012

Quanto tempo sem passar por aqui...
Quantos rumos tomam nossos anseios e opiniões, quantas mudanças a que estamos à mercê?
O velho clichê a martelar dentro de mim,me dizendo que existe um tempo e um lugar a me distanciar da pessoa que fui, tornando-me alguém que hoje não reconheço.
Ou sim,reconheço?
Mas que talvez preferisse ignorar... pela ausência da lealdade com meus maiores anseios.
Uma verdade desejosa de evitar,mas que me brota de todos os poros para um olhar mais atento.
As coisas que aceitei, aquelas pelas quais me desesperei para resolver, encontrando uma zona de conforto relativamente difícil de sair...pela união que carrega em si,com as necessidades mais básicas de um ser em solidão,a aceitar as consequências de seu disfarçado conformismo.
A confiança de que os destinos seriam protegidos e determinados por algo maior, arranhada pelo que a realidade proporcionou. ...Foram versos de desejos que se desvaneceram com a racionalidade malsã.
Mas quem são os que não abdicaram totalmente de seu espírito livre?
Deem-me seus mapas e exatas localizações, uma esperança junto às mãos...uma forma de reverter o que se fez mais forte que as nossas vontades.
Sem ser doutrinada, ou convencida, apelas levemente levada à mais pura e consistente crença ,de que a liberdade existe sim, e que com ela posso ajustar meus desejos e obrigações,sem me sentir perdida, alheia ou abdicada de quem realmente Sou.
A Una Visão do sentido de todas as coisas, a que me faça aceitar o desfalque dos sonhos,as consequências do que se há pra viver,  através de uma lícita visão do sentido de Tudo que É e um dia poderá Ser.
Uma inquietação que me transforme, e me renda à maré dos que se abandonam ,confiam e agem em Deus.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Caminho...

















Quanto tempo,desde que o abismo se abriu e decidi olhar ao fundo,ao mais escuro, e ao mais denso de mim.
Por Glória dos tempos, e Misericórdia das Mães, os degraus foram surgindo, e pude subir à tona mais uma vez,mas agora lúcida e mais preparada para subir a outros lugares,onde a vista não alcança, acima de toda superfície e todo superficial.
Querer alcançar a compreensão do brilho da estrela,e conquistar  meu próprio brilho,sem deixar que as sombras se transfigurem.
É um propósito compreensível a poucos olhos, mas aberto aos meus. E me saber acompanhada, revestida de uma Luz que lutei por conseguir,e em parte,recebi por "Gratitude" de seres iluminados junto a mim.
É poder suspirar sentindo que a Vida tem um sentido, e senti-lo, tem muito mais a ver com a humildade de um dia se entender pequena. A criança em face ao mundo, com tantas coisas pra viver...
Obrigada por me permitir vislumbrar a centelha de sua Face!
=)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Prece em Contradição.

Está tudo errado, confusamente distante do alcance de qualquer compreensão. Eu tenho as peças e a consciência, eu pedi Sabedoria e a busquei, Eu reli as escrituras e procurei entre os homens caminhos daquela pureza um dia anunciada,como possível e palpável.
De palpável, apenas meus rascunhos. Sensações que acumulei vida real afora,vida virtual adentro- desta solidão que consigo sentir em todos aqueles que converso e que por Deus, como eu gostaria de remediar.
Dar-lhes os ouvidos já não basta, há naquele oco interior- o eco de uma pessoa que se desconhece,e por desconhecer-se,perde-se mais. Há mapas e nunca acasos, tudo está estreitamente enlaçado neste Universo que oprime,e exprime. E também expande. Mas poucos Encontram.
Da expansão é que se nutrem nos olhos, com uma esperança, ainda que parda e mal caracterizada em tantos Filhos de Deus.
Eu Sou a Filha dEle. Filha avulsa, que retruca e lastima a injustiça humana, mas a que Preserva em todo Seu ser,o Amor de Seu Pai.
O que mais fazer,Senhor, para ofertar esta Luz que me lançastes quando ainda havia trevas? Por que duvidam? Escrevo palavras, respondo em diálogos, interajo nos espaços e tempos que me cabem enquanto me permites. E o que dizem? Você é Lúcida e de Opinião.
Lucidez e Opinião que nunca senti tão extremamente desperdiçadas, que as busco junto ao amor, e me oferto com carinho para que faças em mim,Segundo a sua Vontade. E que a Vontade não me faça perder dos mais intrínsecos propósitos. Teus,Meus, Nossos. Que não me torne a perder das presenças que tanto quis pra mim. E, com todo respeito, Tu me negaste.
Que tenhas os teus motivos,não duvido. Mas repito: Que eles não me levem a perder. Perder-me de mim,de Ti, de tudo que por esforço trancei em minha mente,corpo e espírito. Que não me Faças perder aquele breve acender,ascender ao que ontem fui, descender sempre do impossível que ainda posso ser. Se podes me fazer perder, leva-me desta indignação, disto que dói e não encontro remédios em manuais, deste temor, e ausência de resposta e sentido que vez ou outra me limitam a te questionar. Que eu não esqueça nunca,na ferida aberta,e também no alívio concedido, o quanto inquestionável És Tu. -Absoluto.
E me disseram que amanhã o dia novamente irá surgir,com o Sol abrasador e quem sabe a chuva no final de uma tarde em que fiquei inerte. E Tu ,em tantos solos, plantastes as tuas Mudas.
Muda estou,Muda estarei, e aqui me recolho ao desaconchego de meus pensamentos desencontrados.
Piedade,Senhor. Amar,apesar de tudo, é o sinal que acabam de me acenar. Se sou Capaz,Senhor, Apenas Tu o sabes. Perdão, E que assim seja. E que Estejamos juntos quando os céus se abrirem...Amém.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quem mandou acreditar em Papai Noel?


Não bastasse aqueles olhares de "eu quero,mas não posso",encarava agora a sensação de impotência.
-"Se eu nasci para refazer o que destruí,se estou aqui para cumprir a missão que me cabe,por que dela não me lembrar por inteiro?"
Carregava as visões de seus primeiros anos. A sensação de que naquelas festas,sobrava. As provas que fazia consigo para testar o quanto era profunda sua invisibilidade. Pense que reprovava? O mestre dentro de si escancarava sua alta nota de solidão. Denunciava com seus olhos a insignificância a que estava submetida. Ou submetera-se?
Naqueles tempos nasceram as vozes que a acompanhariam em cada grau dos momentos de ser invisível.Como quem incontestavelmente desacredita em sinais de reação,acolheu aos falantes.
Até reagiu. Passou a observar com esforço tudo que agradava aqueles tantos olhos. Semeou esperanças de ser notada.De aparecer em uma ou outra cena que mudasse o rumo de qualquer daquelas histórias.Acabar com aquele esconderijo forçado da falta de amor. Sair à luz,por tantos caminhos. As buscas,as perguntas,as aparências e os cuidados que pareciam ser o fim do labirinto.
Nada disso a resgatava daquela força que a puxava para o centro dos bastidores, o lugar privilegiado para assistir as festas da vida sem dela participar. Não conseguia ensaiar,não sabia fingir, resignara-se a ficar com olhos frustrados aceitando os grilhões de quem produzia o espetáculo.
Teria estado de acordo que fosse assim quando adentrou o teatro? A raiva de não se lembrar corroía-lhe. Mas por enquanto,nada poderia fazer. Domava as feras com o torpor das luzes artificiais. Aquelas,que lhe cegavam as vistas quando por algum momento apareciam no descerrar das segundas cortinas.
Nem platéia,nem atriz. Apenas o limite.
Caminhar,sem olhar. Produzir,sem ver. Encenar sem nem ao menos ter conhecido direito o seu papel. Juntar fragmentos. Apresentar-se sem o público. Viver...sem que sentisse o alívio de poder encerrar aquele tão vulgar ato de não se conhecer ainda por inteiro e não poder ainda,dar-se ao luxo de ouvir palmas ao final.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ver é sempre ainda...


Eu vi,aquele homem das estradas. Quando passávamos próximos à serra,notei seu andar firme e seguro. Caminhava como quem já havia explorado todos os centímetros do lugar,a vida animal,os perigos,a vegetação,as fontes de água pura e os alimentos mais venenosos. Trazia no olhar a serenidade de um antigo explorador. Atingiu-me no centro da alma com seu silêncio. Como quem respeita a tudo e a todos e guarda por isso,aquela presença silenciosa.
Era uma época em que eu não me reconhecia. Na verdade, estava a me conhecer novamente e a estruturar as pontes a vencer,as pessoas a alcançar,vidas a tocar. Deixei para trás campos imensos, pessoas mil, vales fantásticos de matéria eterna. E agora ouvia clamores daquelas tribos, esperavam de mim um retorno impossível pois eu já não era mais a mesma.
Grandes são os laços que nos unem aos lugares que passamos,e aos seres que nos envolveram. Quando deles trazemos lembranças tão marcadas,é como voltar àquelas vidas cerradas e saber que por trás das aparentes mudanças,das folhas que caíram,dos ciclos que se completaram, ainda estarão lá as grutas que um dia te serviram de abrigo,as enormes árvores de uma existência constante e que são sempre um refúgio. É a volta,é o chão,e não há nada melhor quando se perde o caminho. Olhar para trás e poder ver então,as tuas bússolas.
Mas...quando no instinto do aventureiro os lugares se tornam repisados, a inquietação por explorar novos espaços e poder chamá-los de conquistas- o move. Conhecer,olhar o não visto, tocar o que era intocável tempos atrás, dá para a alma a sensação de crescimento,um aumentar de tamanho que só quem ousa procurar o que há além dos horizontes,é que pode acender no coração a dor e a graça das partidas.
Explorar ,sem tirar proveito. Andar, sem deixar rastros. Alcançar topos sem querer reter as fontes,nem prender os pássaros ou colher flores e sementes que pertençam ao lugar. É a mágica de quem se entrega a viajar para as profundezas da liberdade.

O homem das estradas ainda estava ali. Embora estivesse com suas malas prontas,ainda olhou para trás. E me transmitiu,com um novo olhar,o brilho da absorção de luzes invisíveis. Ofereceu-me gratuitamente a passagem para minhas próprias descobertas e deixou o lugar como quem apresenta pistas para as desmedidas extensões de uma alma consumida pelas inexatas possibilidades de caminhar por si...

domingo, 1 de novembro de 2009

Um pouco,para não esquecer...





Assim que nasci, recebi um nome considerado estranho,diferente: Josemaira .Uma mistura dos personagens bíblicos José e Maria, que por tanto tempo, estiveram nas cenas de minha vida. Não entendia os propósitos de minha mãe, mas dizem que alguns nomes são misteriosamente soprados no ouvido de seus pais, para que a criança receba junto à sua chance de vida, as lições e tarefas a realizar, e tudo que precisa cumprir.
Se isso é verdade ou mentira? Não sei ,mas procuro entender os propósitos de estar viva , os caminhos que escolhi trilhar, e aqueles que foram de alguma maneira,escolhidos para mim. Porque sim, Eu creio em um Ser maior que Sabe de Tudo o que nos acontece e nos presenteou com o livre arbítrio para seguir. Hoje sei a diferença entre Inteligência e Sabedoria, e também do puro e simples acumulo de informações.
Sou apaixonada pelos assuntos ligados à espiritualidade e ao auto conhecimento, mas foi lentamente que descobri que é no dia a dia,através de experiências e vivências e(sempre) na hora certa que se dão as maiores revelações. E nem tudo nos é permitido saber. Paciência: É preciso aceitar o mistério e entender que dEle brota alguma graça para a vida. Muitas coisas mudam, muitas delas são condições temporárias,mas o que é realmente verdadeiro,perdura pois: “aquilo que a memória ama fica eterno”. A duras penas aprendi a importância de dizer não e impor limites. Com um não tantas vezes se dorme de forma mais tranqüila, com a certeza de ter feito a coisa certa, e não aquilo que esperavam que você fizesse somente para agradar. Mas também descobri que, depois de dizer tantos “sins” ,ao dizer um não, você corre o risco de se tornar uma bruxa aos olhos dos que preferem a conveniência...E corre também o risco de esquecerem o que de bom você já fez.
Não consigo suportar mentiras ou preconceitos infundados mas sim: sou capaz de perdoar,desde que não abusem de minha misericórdia pois “a misericórdia também corrompe.” Não sou mais a favor da boa educação nem da política da boa vizinhança quando tudo que seu coração quer é dizer umas boas verdades. Para o inferno a boa educação sem sinceridade, porque é quando nos calamos diante do sofrimento alheio, que estamos permitindo que a maldade se prolifere. Detesto então a hipocrisia, a falsidade, o comodismo, gente interesseira, folgada, e os que se fazem de coitados, que não provocam as mudanças necessárias a fim de serem donas de seus próprios destinos. Afinal é sempre mais fácil culpar alguém ou alguma condição pelo seu fracasso... do que reagir.
Aprendi com meu melhor amigo, que podemos sim fazer a diferença na vida das pessoas. Basta ter fé, paciência, constância,perseverança e coragem para saber lidar com as frustrações. E se você não tem tudo isso, pode aprender a ter.
A duras penas também descobri que existem pessoas tão centradas em seu ego que não sabem olhar a necessidade daqueles que estão ao seu redor e vivem uma vida fútil e sem propósitos. Mas não devemos julgá-los pois cada um tem seu ritmo e sua maneira de adentrar os caminhos da evolução. Muitas vezes,essa maneira é a dor,que mesmo sendo “áspera”, é uma ótima professora. É preciso respeitar as limitações de cada um, já que temos as nossas próprias e estamos aqui para lapidá-las.
Importantes são as pessoas que nos arrancam um sorriso gratuito, que nos permitem SER quem somos, sem pressões, exigências , falsas esperanças ou secretas demonstrações de inveja. Verdadeira é a alegria que provêm das coisas simples, das conquistas que nascem de nossos esforços e que tudo que se consegue muito fácil, geralmente é desprovido de valor.
Hoje sei valorizar o meu nome. Não por acaso ele está ligado a nomes bíblicos. Hoje consigo ser Eu mesma, e não uma cópia do que já existe. Amo a minha liberdade, mas sei a hora de perdê-la (ou de reconquistá-la) pela tão nobre causa do amor.
Antes que eu vire apenas um porta retrato numa parede qualquer, que venha a vida e suas mudanças (e tudo mais)! Quero viver. Evoluir. Não apenas existir.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Outros tempos...


...Então um dia, você está deitada perto da janela,e a chuva cai.
E olha para aquela parte em que a gente pode se debruçar...e não se importa com o descompromisso de esquecer nomes...nem mesmo de dizer aos outros quem é você.
A sensação de milagre simplesmente invade a tarde.
E você pode então sorrir...feliz, por haver compreendido todos aqueles pequenos detalhes que discorreram de uma época anterior...
Anterior àquela janela ali, em frente, até o momento em que se vive.
E tudo se torna então leve e azul, e aqueles pingos nitidamente se enlaçam com o que foi e o que será, deixando a alegria de um dia de pequenas e felizes transgressões.
E você pode sorrir ao se levantar, deparar-se com a bicicleta ao alcance da vista e no coração a lembrança daquilo que se leu:
"Mas o sonho do improvável tem nome. Chama-se "esperança".