
Que sensação inominável a de ficar, como se estivesse parada num ponto do tempo e seu ser retilínio pensava querer virar as voltas que todos que partiam dela experimentavam. Mas qual era a ilusão que não foi preciso mais que a pureza para acordá-la.
Não mais brilhavam em seus olhos o desejo de estar no lugar do outro. Dos outros. Das outras. (As amigas que percorreram caminhos que um dia ela sonhou). De que valiam as fórmulas,as viagens,os certificados e os relacionamentos expostos na vitrine de seus ouvidos? Não eram a vida dela. Porque a vida dela estava junto à calmaria de um gato. Estava junto ao simples, ao caminhar e olhar a estrelas como as formigas no chão. E sorrir com o espontâneo e estar junto aos anônimos.
Quão valiosos eram os anônimos de sua vida! O sucesso,agora... cheirava-lhe mal. E se um dia foi imprescindível, tornara-se agora um descartável vasilhame que ela transformaria em aprendizado. Porque a sabedoria era diferente das informações e do reconhecimento. Era quieta e silenciosa e deslizava por entre os dedos mais inimagináveis e evitáveis possíveis...dos outros. Aqueles outros que rejeitavam a plausível nudez dos simples. A plausível nudez dos pobres e grandes. Grandes,pra ela.
Grandes, para a sua calma adquirida e ainda delicadamente cultivada como um sol insistente que oferece a sua luz aos lugares mais recônditos.
Um comentário:
"como um sol insistente que oferece a sua luz aos lugares mais recônditos"
Deve então ser o mesmo sol que vai sempre cantar.
Seu lugar me traz paz Jose.
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