quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Descobertas...



E havia um dia em que a palavra era a cor.
E deste dia se fizeram outros.
E o sol adentrava-lhe a pele pela janela da personagem,
A vida se debatia no roteiro dos questionamentos,das análises,
das indagações, dos porquês e dos grandes e pesados f-a-t-o-s.
Era-lhe impossível respirar sem a overdose dos extremos sentidos.
As significâncias que carregavam aqueles dias que um dia, ela chamou liberdade.
E é ser livre ver a vida pela lente das palavras e dos outros?
Pecado deveria ser, isso sim...
Não quando a visão fosse o instrumento do aprendizado das profundezas que deparam
o divino- o humano, o sonho e a realidade, o comum e o "extra-ordinário"...
Mas quando os personagens tomassem o posto da vida,o ponto da vida,
onde se encontram os sentimentos e as descobertas pessoais.



Quão belo era a personagem de Guimarães Rosa, a cena de Graciliano Ramos,
Aquela outra reflexão de Machado de Assis e de tantos outros mestres da sabedoria universal que nos legaram a abrir caminhos de consciência...
Mas viveram,para expressar...
Descobriram pela única e expressa oportunidade de serem eles mesmos...
Passaram pelas mesmas esquinas e linguagens de poder que hoje nos cercam, as mesmas ordens e desordens que nos regem...
...a nós...
humanos orientados e des-orientados a viver diante de um sistema transferido por gerações e gerações.
A nós,
Divinos despertando para a condição.



Com ou sem grandes ou notáveis alterações, é o sistema que nos leva a querer sempre mais das informações, a buscar o domínio do dito " conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva "
E me lembro de quantos morreram em defesa da ideologia do "Abaixo ao sistema"
e que seguiram a intuição que se respira nos dias de alegria imprevista e riso inesperado...
...choro contido ou escancarado...
E se entregaram...
...àquela graça gratuita de se ver vivendo as circunstâncias que foram o sentimento inicial para a criação de todo e qualquer personagem,
com cujas almas já contracenei,
com cujos sangues, já sofri,
com cujas vidas aprendi que todo ponto de partida é conjunto
é simultaneamente ligado entre nós,e as estrelas.
Entre nós e o espantoso imprevisto dos cotidianos interligados.
Entre nós e a surpreendente invisível rica linha da simplicidade.

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