Antes sentia inveja, Era como se os caminhos não percorridos trouxessem aos seus lábios cheios de sede uma penumbra de arrependimento... Era como SE. Pois naquela época apenas não entendia que os caminhos eram únicos, e ficava a fitar as palavras da amiga com a dor de quem não viveu. Ficava a olhar a paz da realização do semelhante como se lhe fosse incapaz chegar até lá. Ficava.
Que sensação inominável a de ficar, como se estivesse parada num ponto do tempo e seu ser retilínio pensava querer virar as voltas que todos que partiam dela experimentavam. Mas qual era a ilusão que não foi preciso mais que a pureza para acordá-la.
Não mais brilhavam em seus olhos o desejo de estar no lugar do outro. Dos outros. Das outras. (As amigas que percorreram caminhos que um dia ela sonhou). De que valiam as fórmulas,as viagens,os certificados e os relacionamentos expostos na vitrine de seus ouvidos? Não eram a vida dela. Porque a vida dela estava junto à calmaria de um gato. Estava junto ao simples, ao caminhar e olhar a estrelas como as formigas no chão. E sorrir com o espontâneo e estar junto aos anônimos.
Quão valiosos eram os anônimos de sua vida! O sucesso,agora... cheirava-lhe mal. E se um dia foi imprescindível, tornara-se agora um descartável vasilhame que ela transformaria em aprendizado. Porque a sabedoria era diferente das informações e do reconhecimento. Era quieta e silenciosa e deslizava por entre os dedos mais inimagináveis e evitáveis possíveis...dos outros. Aqueles outros que rejeitavam a plausível nudez dos simples. A plausível nudez dos pobres e grandes. Grandes,pra ela.
Grandes, para a sua calma adquirida e ainda delicadamente cultivada como um sol insistente que oferece a sua luz aos lugares mais recônditos.
De A a Z,a mistura de todas as palavras que se puderem formar."Um infinito de possibilidades" Eu Sou uma fortaleza que sofre ataques e se regenera por dentro.Regenerar-se,não quer dizer fragilizar-se...ou obter conquistas.Obter conquistas,não quer dizer achar-se...Não se pode ver interiormente batalhas e organizações que se ajustam conforme ordens invisíveis para "combater" o que me quer destruir...e o que me quer,evoluir.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Sair da visão.
Era expressamente o que buscava a cada passo naqueles dias apertados, onde a brisa se transforamava em vento gélido e cortante.
Observou as palavras não ditas e viu no afago do irmão, uma ausência.
A convivência revelava quem eram as pessoas e o tamanho de suas almas,seus medos e tempestades. Conviver consigo mesma era a maior revelação de que os tempos eram outros, e a vida deixara o seu brilho inocente para adquirir a luz melancólica de se saber responsável e consciente.Melancólica,mas não infeliz. Melancólica,mas não menos.
Não existia nem melhor nem pior. Nem mais nem menos.Todos eram o fluxo que corre para uma resolução, e a constância determinaria a ligação das raízes ao seu solo de crescimento.
Por vezes,sentia que recuava.
Via ainda as sombras de uma humanidade abundantemente perdida. E sentia-se tentada a perder-se...a voltar aos caminhos sem sentidos que pareciam permitir-lhe ser mais carente e pedinte descarada de amor.
Agora usava uma nova roupagem e os afetos eram pra ela como acessórios de luxo que vez ou outra ela se permitia receber.
Não,não era vítima.
As irregularidades e pormenores que deixaram suas raizes expostas a salvaram deste papel.
Nem era,tampouco, solitária.
Sabia dos que a queriam bem e pediam por sua luz. Então,ingrata também não era.
Talvez fosse estranha....Sim!
Evitou tanto tempo vestir aquela roupa que insistiam que lhe caía bem mas agora...ah!
Todos os ajustes foram feitos.
Sabia que já não pertencia àquela realidade, mas tinha como lição pertencer.
Caminhava então paradoxalmente pelas ruas do real e do suposto "irreal". Contraditoriamente, pelo menos na aparência...no que viam de aparência, pois que pra ela aparentar nada mais era do que Ser, ela...que também insistiam ser tão transparente.
Sair da visão,era o seu maior desejo.
E sentir de novo a brisa soar com leveza num coração renovado por uma nova fé.
sábado, 13 de setembro de 2008
From my best friend...to my blog!
Apanhadão Literário.
Dizem que ler é bom. Que enriquece o vocabulário, abre a mente, nos torna mais analíticos e faz de nós seres mais cultos. Mas acho que em todas as livrarias deveria haver uma placa dizendo: "Leia, mas não perca a sua personalidade, tampouco, sua essência".
Eu conheço e lido com muita gente e posso afirmar aqui sem pestanejar que, como é chato lidar com pessoas que eu nomeio de "Apanhadão Literário". O papo não flui legal. É uma citação literária atrás da outra. Você nota logo de início que o cara não tem idéias próprias. Ele defende teorias, contos, histórias e estórias alheias de forma visceral - não sei o que é mais chato: um cara contando um filme inteiro ou tentando resumir um livro.
Há quem se entupa de informações inúteis e parta para a guerra - o diálogo - e dispara a sua metralhadora de tolices no alvo fácil: o desinformado.
Há também quem, não tendo personalidade alguma, adapta-se à lição de moral que o último livro acabara de dar, esses são os piores.
Somos o que vivemos, não o que lemos. A leitura (quando bem empregada em nossas vidas), apenas complementa.
"Ler é uma verdadeira viagem." O triste dessa viagem é quando o viajante se esquece de desembarcar em si mesmo. ED.
Dizem que ler é bom. Que enriquece o vocabulário, abre a mente, nos torna mais analíticos e faz de nós seres mais cultos. Mas acho que em todas as livrarias deveria haver uma placa dizendo: "Leia, mas não perca a sua personalidade, tampouco, sua essência".
Eu conheço e lido com muita gente e posso afirmar aqui sem pestanejar que, como é chato lidar com pessoas que eu nomeio de "Apanhadão Literário". O papo não flui legal. É uma citação literária atrás da outra. Você nota logo de início que o cara não tem idéias próprias. Ele defende teorias, contos, histórias e estórias alheias de forma visceral - não sei o que é mais chato: um cara contando um filme inteiro ou tentando resumir um livro.
Há quem se entupa de informações inúteis e parta para a guerra - o diálogo - e dispara a sua metralhadora de tolices no alvo fácil: o desinformado.
Há também quem, não tendo personalidade alguma, adapta-se à lição de moral que o último livro acabara de dar, esses são os piores.
Somos o que vivemos, não o que lemos. A leitura (quando bem empregada em nossas vidas), apenas complementa.
"Ler é uma verdadeira viagem." O triste dessa viagem é quando o viajante se esquece de desembarcar em si mesmo. ED.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Descobertas...
E havia um dia em que a palavra era a cor.
E deste dia se fizeram outros.
E o sol adentrava-lhe a pele pela janela da personagem,
A vida se debatia no roteiro dos questionamentos,das análises,
das indagações, dos porquês e dos grandes e pesados f-a-t-o-s.
Era-lhe impossível respirar sem a overdose dos extremos sentidos.
As significâncias que carregavam aqueles dias que um dia, ela chamou liberdade.
E é ser livre ver a vida pela lente das palavras e dos outros?
Pecado deveria ser, isso sim...
Não quando a visão fosse o instrumento do aprendizado das profundezas que deparam
o divino- o humano, o sonho e a realidade, o comum e o "extra-ordinário"...
Mas quando os personagens tomassem o posto da vida,o ponto da vida,
onde se encontram os sentimentos e as descobertas pessoais.
Quão belo era a personagem de Guimarães Rosa, a cena de Graciliano Ramos,
Aquela outra reflexão de Machado de Assis e de tantos outros mestres da sabedoria universal que nos legaram a abrir caminhos de consciência...
Mas viveram,para expressar...
Descobriram pela única e expressa oportunidade de serem eles mesmos...
Passaram pelas mesmas esquinas e linguagens de poder que hoje nos cercam, as mesmas ordens e desordens que nos regem...
...a nós...
humanos orientados e des-orientados a viver diante de um sistema transferido por gerações e gerações.
A nós,
Divinos despertando para a condição.
Com ou sem grandes ou notáveis alterações, é o sistema que nos leva a querer sempre mais das informações, a buscar o domínio do dito " conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva "
E me lembro de quantos morreram em defesa da ideologia do "Abaixo ao sistema"
e que seguiram a intuição que se respira nos dias de alegria imprevista e riso inesperado...
...choro contido ou escancarado...
E se entregaram...
...àquela graça gratuita de se ver vivendo as circunstâncias que foram o sentimento inicial para a criação de todo e qualquer personagem,
com cujas almas já contracenei,
com cujos sangues, já sofri,
com cujas vidas aprendi que todo ponto de partida é conjunto
é simultaneamente ligado entre nós,e as estrelas.
Entre nós e o espantoso imprevisto dos cotidianos interligados.
Entre nós e a surpreendente invisível rica linha da simplicidade.
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